A história do UTSM

O UTSM – Ultra Trail de São Mamede conheceu a sua edição inaugural em 19/5/2012 e surgiu do aumento do interesse pela prática da modalidade (trail running) que então se verificava em Portugal.

O ACP já tinha estado no surgimento da Corrida de Montanha em Portugal, tendo o título de campeão nacional feminino da 1.ª edição em 1998 (Vitorina Mourato) e o de vice-campeão masculino (Vítor Cordeiro) sido conseguido por atletas do clube.  O ACP organizou o que pode ser considerado o 1.º trail em Portalegre (18/4/1999, 11 Km “up-down” Circuito da Serra de São Mamede) e a primeira das 3 jornadas do 3.º Campeonato Nacional de Montanha de 2000 (9/4) na Serra da Penha (Portalegre). A partir de 2009 o ACP organizou anualmente durante 4 anos consecutivos um evento não competitivo na Pista de Portalegre denominado 24 h a Correr e essa experiência de corrida e organização contínua durante 24 h insufla a coragem de avançar para um trail com 100 Km num trajeto traçado em 3 concelhos (Portalegre, Castelo de Vide e Marvão).

 

As dificuldades foram imensas, mas sempre superadas. Descobrir, limpar, obter autorização de passagem da parte dos proprietários (que foi necessário identificar) e do ICNF, marcar para uma corrida noturna, desmarcar, montar a logística de apoio e de segurança foram os principais desafios. O núcleo duro da Organização tinha uma grande experiência Organizativa (João Carlos Correia tinha sido DTR da FPA durante 18 anos e Juiz Nacional com funções em mais de um Campeonato do Mundo, para além da organização de campeonatos nacionais: 2 de corta-mato, Marcha Atlética e Olímpico Jovem; Vitorina Mourato tinha sido a angariadora e líder da extensa equipa de voluntários que organizara a Final Nacional do Olímpico jovem realizada no distrito alguns anos antes), mas o esforço que exigiu uma Partida às 4 h da madrugada para um evento com cerca de 40 h de duração contínua era pisar terreno desconhecido. Acresce ainda que na altura eram relativamente vulgares os eventos mal sinalizados e com abastecimentos “fracos” e a nossa Organização quis desde logo marcar a diferença e proporcionar aos participantes uma experiência sem motivo para reparos nestes dois fatores primordiais. 

 

Facto que também ajudou ao afirmar do UTSM desde a 1.ª edição foi o seguimento dos concorrentes PAC a PAC, hoje algo absolutamente trivial e realizado com tecnologia adequada, mas que em 2012 foi conseguido com uma simples folha Excel no Google Docs que os coordenadores de PAC iam preenchendo em tempo real no momento em que os concorrentes passavam. A agravar a dificuldade a primeira edição foi disputada sob condições atmosféricas muito desagradáveis. Merece referência também o modo como foi feita a promoção da 1.ª edição. Na altura tudo o que era discussão sobre trail acontecia no Fórum da Associação O Mundo da Corrida, mantido pelo Eduardo Santos, e foi aí mesmo que lançámos a prova e inquirimos os eventuais futuros praticantes acerca de aspetos que consideravam relevantes como a distância e a data. 

Facto que também ajudou ao afirmar do UTSM desde a 1.ª edição foi o seguimento dos concorrentes PAC a PAC, hoje algo absolutamente trivial e realizado com tecnologia adequada, mas que em 2012 foi conseguido com uma simples folha Excel no Google Docs que os coordenadores de PAC iam preenchendo em tempo real no momento em que os concorrentes passavam. A agravar a dificuldade a primeira edição foi disputada sob condições atmosféricas muito desagradáveis. Merece referência também o modo como foi feita a promoção da 1.ª edição. Na altura tudo o que era discussão sobre trail acontecia no Fórum da Associação O Mundo da Corrida, mantido pelo Eduardo Santos, e foi aí mesmo que lançámos a prova e inquirimos os eventuais futuros praticantes acerca de aspetos que consideravam relevantes como a distância e a data. 

 

A continuidade do evento, após a 1.ª edição, deveu-se ao imenso retorno positivo dos concorrentes nas redes sociais, que motivou sobremaneira a equipa e fez esquecer a enorme quantidade de trabalho voluntário que é necessário mobilizar para o conseguir pôr de pé e ao reforço do núcleo duro organizativo com a inclusão progressiva de novos e valiosos elementos. A gestão financeira é outro dos grandes desafios que é necessário ultrapassar edição a edição, não sendo fácil mobilizar apoios que paguem os custos da prova. Variável fundamental no sucesso e continuidade do evento é o entusiasmo com que muitas associações congéneres estabelecem parcerias com o ACP e a adesão em termos de voluntários que as mesmas significam, imprescindíveis para as inumeráveis tarefas que a implementação do evento exige.

 

João Carlos Correia
Diretor de prova das 10 edições